Encontro com senadora abre espaço para que indígenas relatem agressões
CELSO BEJARANO E BEATRIZ LONGHINI 11/11/2012 17h45
A senadora Ana Rita, relatora da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) que investiga a violência contra as mulheres no Brasil, conversou na tarde de hoje (11) com indígenas da Aldeia Água Bonita, formada por 60 famílias de seis etnias, em Campo Grande.
O grupo, cerca de 10 mulheres, foi receoso ao relatar a violência
sofrida pelos maridos. No encontro, elas apontaram que problemas de
comportamento, como o uso de álcool e drogas, são os principais
agravantes para a agressão.
"Elas ficaram tímidas em dizer o que acontece, mas a CPMI está aberta
para que, se quiserem, possam conversar e contar sobre as agressões. Na
terça-feira, durante a audiência pública na Assembleia Legislativa, um
grupo estará disponível para atender essas mulheres", explicou a
senadora.
Elas também reclamaram que faltam políticas públicas voltadas aos
moradores da aldeia urbana da Capital. Segundo alguns relatos, as
crianças não conseguem vagas nas escolas próximas ao local por
discriminação.
De acordo com a CPMI, Mato Grosso do Sul é o sexto estado do país onde
ocorre maior número de violência contra a mulher. Ponta Porã figura como
a 10ª cidade do Brasil com mais registros.
Reuniões
Os integrantes da CPMI chegaram por volta das 13h40min na Capital, onde ficam até a terça-feira (13).
Amanhã (12), além de reunião com o governador André Puccinelli, haverá
diligência à Delegacia da Mulher, Centro de Referência, Vara de
Violência contra a Mulher, Promotoria de Violência contra a Mulher e
reunião com o movimento de mulheres. Já na terça-feira e última dia de
visita, os integrantes da CPMI se reúne com mulheres indígenas e
participam às 14h de uma audiência pública na Assembleia Legislativa de
Mato Grosso do Sul.
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Foto: Valdenir Rezende / Correio do Estado |
Reunião com lideranças indígenas aconteceu na tarde de hoje |
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